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Fechando as malas

Pequenos Deleites está de férias.


Em fevereiro novas crônicas na bagagem.


Beijito no pâncreas.


Kelly Christi.



ps.: Obrigada pelos e-mails.




 K.C


Papo de Loki

Gosto de festas, mas tem muita gente que pira nelas, inclusive nas de final de ano. E não estou falando do fato de se comprar muitas coisas, do consumismo e outros clicheirismos que falam sobre as mesmas festas, afinal consumista todos são um pouco, não há como escapar disso socialmente. Também não incluo a piração em relação às festas com parentes, porque  sobre isso, bem...  comentários são dispensáveis, mas...



Há pessoas que piram, acham que precisam se esturricar de comer e ficar com uma barriga horrorosa do tamanho de um óvni, porque parece que o mundo vai acabar se elas não comerem tudo em um dia. Criticam que o outro às vezes não tem um prato de comida, enquanto elas comem um peru inteiro - sei lá em quantas posições.

Alguns acreditam demais em crendices interioranas, de deixar água, farofa embaixo da porta para atrair sorte, alguns procuram uma cartomante, na ilusão de ouvirem que a vida vai ser mais original no ano seguinte, “talvez você fique rico, talvez você encontre uma paixão e sua saúde fique boa e talvez tenha inveja e encostos no seu caminho, mas você terá coragem pra enfrentar tudo isso...”. 

O que mais tentam...Mudar a cor da calcinha e da cueca no final do ano? Como acabei de escutar no local em que estou? O que mais falta inventar, oferenda para Michael Jackson? Eu hein, sei lá...


- Só a lingerie? Não vai levar nenhuma calcinha pra virada do ano? 


- Não, obrigada.

- Olha,cuidado hein? Você está levando um conjunto que por mais que seja bonito é preto, vai que seu ano dá zebra...

-Bom, se isso fosse verdade, pra dar zebra eu deveria levar aquele ali, listradinho, não acha?

- Sim, mas você poderia levar outro mais claro.

- Moça, se isso é pra vender mais coisas não pretendo realmente comprar  outras, mas se isso é uma preocupação fica tranquila: eu não vou passar a virada do ano de calcinha preta, porque nem de forró eu gosto...

- Troca por uma cor mais clarinha, pelo menos.

- Mas não tem fundamento e não quero.

- Mas... tanta gente acredita!

- Não necessariamente... Eu não acredito muito nessas crendices, folclóricas demais pro meu gosto...


- Hum... Mas ah sei lá, é uma questão cultural...


-Cultural?  Eu posso te fazer uma pergunta já que insiste tanto no assunto?

- Claro, pode sim.

- O mundo tem em torno de seis bilhões de pessoas, acho que até já ultrapassou, não é?

- Sim.

- Por conta disso, ele não gira em torno de nós mesmos, certo?

- É, pensando bem...

- E você acha mesmo que a sorte, caso ela exista, está mesmo impactada na cor do que você usa ou deixa de usar na sua britney na virada do ano?

- Não, mas não é bem assim também... Ta, não tem tanto fundamento mesmo.

- Pois então... se isso fosse realmente verdade, seria muito mais prático todas as pessoas do mundo ficarem sem cueca e calcinha do que ter essa crise toda. Muito mais Woodstock, “sustentável”, isso anda tão na moda...


-...,...,..., é débito?

- Sim.

-Digite a senha.

- Pronto.

- Quer sua via?

- Não. Feliz ano novo.

- Pra você também.


Acho mesmo que tudo isso de espalhar o discurso da cor da roupa íntima  no ano novo não passa de cafonice. 

De nada adianta se colorir com roupas, se as atitudes e desejos sempre tiverem  as mesmas cores.

Talvez as melhores delas estejam nas nossas mudanças. O resto é papo de loki.



K.C

Momento Lúdico


                                                              foto: Lese Pierre


Kelly Christi está em um processo lúdico de TCC.

Por conta disso, o blog ficará sem postagem entre duas a três semanas. 

Mas ela volta, babys.

Beijos.


K.C

Beliscão



Saturado de sua vidinha entre casa, emprego e um amor que, ao certo, já não sabia se sentia, ele questiona a amiga, meio apático e confuso:

-  Até onde um relacionamento vai?
- No seu caso, até onde o respeito existe. 

Ele esperava ouvir uma resposta contrária a que já sabia. E respostas sabidas é tudo aquilo o que a gente pressente e por falta de coragem, pergunta ao amigo só pra ele beliscar a realidade.




K.C

Análise Combinatória



John Lennon e Paul McCartney

Simone Beauvoir e Paul Sartre

Johnny Deep e Tim Burton

Unhas e esmaltes vermelhos

Boemia e Baixa Augusta

Espelho e máscara

Pipoca e cinema

Café e leite

Arroz e feijão

Lábios e batom vermelho   

Poder e repressão


Covardia e bunda-mole

Redes sociais e fofoqueiros

Gente brega e pochete

Gente lesa e gente lesa

Piriguete e sandália de plástico

Amor e ódio

Beijo e língua

Sexo e sacanagem

Romeu e Julieta

Jack e Rose

 Capitu e Bentinho



 Palco e luzes

Rock and roll e barulho

Música e movimento

Leitura e imaginação

                                                    Paz e silêncio







Combinações sempre tem uma história, um quê, que ruim ou bom, calha a dar certo. Algumas delas são contrárias, outras são bonitas, inesquecíveis, outras indesejáveis, horríveis e outras que simplesmente se merecem.  



A gente nunca para pra pensar porque combinações existem, talvez porque  elas devem existir pra isso: 


Para que não se deixe de caminhar, para que se crie uma própria elegância ou se assuma em uma breguisse de vez. Para que o ridículo exista. Para que realidades se recriem. Para que o caos alerte cuidado e o desejo permaneça entre as belas coisas.



K.C

Comédia Letal



É inevitável. Essas mortes repentinas no mundo do rock, da cultura pop, ou de qualquer pessoa próxima, que, de algum modo existe identificação, sempre deixa a gente meio reflexivo sobre a morte.


Tem mortes que são bizarras, outras inevitáveis e outras que, provocadas ou não, não deveriam ser vistas com julgamento ou idolatria, pois são escolhas individuais.







A morte causa medo. A morte, como notícia, vende. Uma morte repentina chama mais atenção que um homem dançando o tcha tcha tcha de cueca em praça pública... E é difícil não pensar nela, em algum momento.



A morte assusta, e ao mesmo tempo nos faz enxergar uma realidade um tanto depressiva, que não importa se a pessoa é jovem ou não, se ela é famosa ou não, se é pobre ou rica: ela morre. Às vezes de doenças, de overdose, de amor,  com  um tiro na cabeça, na boca, atravessando a rua, em um acidente, ou até mesmo tendo um orgasmo - pesquise as manchetes,  porque sim, existe.


Essa atenção é posta pra gente de várias maneiras, porque além de haver no ser humano um interesse em uma desgraça, não se sabe o que será encontrado depois da morte. Não importa no que se crê, aliás, opções no que se acreditar e perguntas sem retóricas sobre isso não faltam...




O que é mais ridículo? Viver, calcular uma vida e fazer várias coisas, pra no fim se chegar a um único resultado preciso: morrer? Ou antecipar a morte por que bem no fundo, há a consciência de que não se chegará a lugar nenhum fazendo todas essas coisas?

Há um mundo após a morte? E se existe, qual mundo? O mundo dos espíritos  politicamente incorretos, meio Hugo Chávez? O mundo dos atormentados alternativos meio Alá Raul? O purgatório papal? O céu de Calcutá? a Babilônia de Nabucodonosor? - que nome mais... horroroso, me desculpe se é o seu, caso esteja lendo. O paraíso de Kardec?  O inferno de Lúcifer? Também, mas muitos já tem a leve impressão de estar no inferno...

São tantas perguntas...


Não sei  sobre você. Deve haver algo no outro lado da vida, mas acho que puxei um lado meio paulistano até para morrer,  porque não aguentaria ficar em um lugar, vendo lagos e cachoeiras, sentindo a natureza, como os personagens ficam nos filmes relacionados à Chico Xavier... Não, não, que tédio. Sairia correndo. Meu espírito é ansioso demais pra isso.

O Marquês de Sade dizia que “O melhor meio de se familiarizar com a morte é ligá-la a uma ideia libertina.”.  Faz sentido, já que será impossível escapar disso ou então,  talvez faça algum sentido vagar nessa lógica, caso alguém queira voltar pra acertar as contas com outro alguém, porque o morto não precisa ter pudor, tampouco reprimir suas vontades,  logo  nada impede de ele ser um libertino. 

O fato é que um dia, o corpo acaba. Eu sei, isso assusta. Também assusta uma jovem cheia de ideias na cuca e no futuro, como eu. Não pense que foi fácil refletir essa crônica- aliás, nunca é fácil escrever.






Se no viver, tudo é incerto e se morrer é certo...então...

....Viver é ridículo. Morrer também é ridículo. São as duas casualidades ridículas do tempo no qual estamos sujeitos. Na dúvida, melhor tentar a possibilidade de valer a pena o primeiro verbo da comédia.


K.C

Enlace Pós-Moderno



M:  Amor, vamos casar?

H: Vamos. No mês que vem, já! Eu estou tão apaixonado, que tal a gente se converter em alguma igreja para receber a benção?

M:  Claro, nosso amor é divino e estou louca para sentir seu aroma bucal todas as manhãs. 

H: Eu também não vejo a hora de sentir o seu, meu xuxuzinho santo...





M receba H como seu marido, e H receba M como sua mulher ...

Promentendo ser fiel

H:  Ah  só prometo isso ao Corinthians.
M: Fiel? Isso é muito relativo, e se eu for bi?!

Pretendendo amá-la(o) e respeitá-la(o)

H: Só nos dias em que ela não estiver depilada e nos dos jogos que não.
M: Ah sei lá, vai depender do meu humor ,viu...
 

Na saúde

H: Essa parte é boa, até que não fique flácida...
M: Contando que ele não tenha um infarto pra eu ter que cuidar.

Na doença

 H: É fazer o que...
 M:  É fazer o que... a mãe dele já é meio doente da cabeça, vai que acontece, né...
  
 Na alegria

H: Estamos ai, desde que não me leve para ver os parentes dela todo Domingo.
M:  Desde que  ele não me leve pra poupérrima Praia Grande achando que é romântico.

E na pobreza

H: Espero que isso não aconteça, mas se acontecer...
M:  Espera,  aturá-lo sem saúde, vendo jogo do Corinthians e na pobrezajá é demais, né? 

Até que a morte os separem

H: Pra que esperar até a morte se inventaram as Redes Sociais...?
M:  O Facebook já pulou essa parte...Ufa...

**




M: Sim, aceito. – mas eu quero metade dos bens.

H: Sim, aceito. vai  pensando que vai conseguir metade dos bens...



 



K.C