Santo André, 31 de dezembro de 2016.
Há um tempo não escrevo para você, mas tive vontade de
escrever, após resolver o último problema de telefonia do ano e a voz
operacional e fanhosa me dizer “ deseja mais alguma coisa, senhora?”.
Foi aí que pensei, sabe... o ano passou tão
rápido e eu precisava falar sobre aquilo que pode nos levar para o lado mais
caótico de nós mesmos e também nos movimentar para as melhores
descobertas: os desejos. Foram 364 dias, lidando com eles, não é mesmo?
Através deles você escreveu
inúmeros textos, nem todos literários, mas que precisavam ser
noticiados, se abriu para um vasto mundo de ideias que podem ser roteirizadas e
por que não vistas?!
Quase acabou com o carro da
autoescola, levando seu instrutor a uma crise de risos, tatuou um parágrafo no pulso, quando as palavras não foram o bastante para dizer o quanto é impossível viver
longe delas.
Viu o quanto o amor tem caminhos tortos e que ele pode não se concretizar por inúmeros motivos, deu tchau sem fechar os olhos para muitas irritações e coisas que considerava vãs, não soube lidar com certas fraquezas, fracassou em alguns projetos, mas soube comemorar em bom tom aqueles que deram certo.
Descobriu que grau de parentesco
não compra afeto, chorou ao ver velhos amigos saindo da sua vida, sem
controle, mas soube receber os novos, que mostraram com humor que nem sempre loucura é
defeito.
E falando em falta de controle, ainda está vivendo no Brasil? Mande notícias de como anda a nave desvairada...
E falando em falta de controle, ainda está vivendo no Brasil? Mande notícias de como anda a nave desvairada...
É amiga, você está em movimento,
nem sempre de acordo com todos os seus desejos, afinal não são todos que são
conscientes ou estão ao seu alcance, mas esse papo da consciência, eu prefiro
deixar para o Freud.
Agora, muita gente deve estar
fazendo metas, dando conselhos para si mesmo como “não faça isso”, “ não se
envolva”, “não perca seu tempo”, mas, desculpe, eu não posso dar o mesmo
conselho no seu caso, por que eu sei que: sim, você vai se envolver fazendo coisas
e vai perder tempo com um monte delas também.
Não se esqueça que você doa seu
tempo, mas também retira o dos outros. A troca de tempo e de desejos acontecem
na medida em que a gente vive, sem que se possa evitar.
Somos feitos de desejos, moldados
e transformados por eles, então, a única coisa que eu poderia dizer é que você tenha
feeling e foco para lidar com desejos
que não são esperados, que podem não ter volta,
mas que também tenha a leveza para poder curtir os bons.
Se ainda assim, isso tudo não for
o bastante, lembre-se que sempre haverá um papel em branco e um copo de vinho
para impulsionar os seus melhores desejos.
Minha despedida é de praxe: saúde, tostões, inspiração para significar a vida e 'sussexo'! Você vai precisar...
Feliz Ano Novo,
Kelly Christi.
K.C
...sempre haverá um papel em branco e um copo de vinho para impulsionar....
ResponderExcluirmuito boa essa frase... as vezes penso que já trilhei todos os caminhos, e não há mais nada, e fico pensando: não cheguei ao destino de nenhum deles!!! é essa busca constante que não enferruja nossas engrenagens!!! bom testo garota!
Sim os desejos nos impulsionam tanto para o bem, quanto para o mal, quando não tomamos cuidado! Obrigada pela leitura, volte mais vezes! Feliz 2017, Bju!
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