Esta travessia...



Este blog continuará ativado com textos, mas não contará mais com postagens periódicas de crônicas, porém você pode continuar seguindo a fan page (@pdeleites) e o Instagram (@pequenos_deleites ou  @kelly _christi), que conta com reflexões, frases e humor semanalmente.  

Sinto que estou em outra fase, por conta disto o pequenos deleites será acrescentado a um novo projeto/plataforma que estou criando.Tive experiências pessoais que me acrescentaram para tomar esta decisão também e percebi que não é algo ruim, que as mudanças fazem parte da travessia, por mais difíceis que sejam. 

Então, percebo que não preciso me desfazer do blog, ele me constituiu como pessoa, como escritora e jornalista, contribuiu pra pesquisadora que quero me tornar, mas vejo que ele precisa ganhar uma forma que acompanhe esta minha nova vivência. 

Por este espaço no blogspot,  só posso dizer: gratidão, foram 8 anos de blog! Fui menina, fui mulher,  fiz amizades com leitores, ganhei seguidores, me senti mais segura para escrever - até publiquei meu primeiro livro, gargalhei enquanto escrevia alguns textos, chorei enquanto escrevia alguns outros - como choro agora... pois é, cacilds...to chorando... 

Pode ser que pinte aquela saudade e eu volte a escrever aqui, mas será algo aleatório, sinto que preciso seguir em frente e adicionar o  pequenos deleites a outro projeto - que, sem dúvida os deleitores, serão os primeiros a saber. 

Fique a vontade para vasculhar o blog, nele você encontrará textos sobre diversas coisas que abrangem o nosso cotidiano,  sarcásticos por vezes, sentimentais por outras, mas sempre buscando uma forma de se encontrar, sobreviver e continuar a travessia... esta linda e incerta travessia que é a vida. 





K.C


Amor no Fastfood



É tão cafona essa coisa de comparar o amor a uma comida ou a um objeto de cozinha. Quem nunca ouviu alguma frase do tipo “Calma, você ainda vai encontrar a metade da sua laranja.”, “a tampa da sua panela”, “o morango do seu nordeste” , "o docinho de coco" ? Coisas assim...

Gostaria de saber quem foi a esperteza que inventou os ditos populares relacionados à mulher, ao amor... Talvez, eu lhe dissesse: por qual motivo você acha que entende de cultura brasileira ? Pensa que entende de amor, que entende as mulheres? Pensa que sabe tudo da vida?

Isso deve me incomodar por eu não ser tão adepta da gastronomia como eu gostaria. Coisas relacionadas à cozinha não costumam me despertar grandes interesses, inclusive aquele blá blá blá machista de séculos atrás, de que mulher tem que saber fazer o tal cafezinho pra satisfazer alguém. Também deve me incomodar porque sou sensível com palavras, meio romântica, e esses ditos sempre causam em mim um mal estar civilizatório.


Porque amor,  relação e os embaraços sobre o assunto são coisas que  levam as pessoas, pelo menos as pensantes,  a ficar mais sensíveis e reflexivas, naturalmente. Pra ouvir isso? Que você ainda vai ser a tampa da panela de alguém... uma metade da laranja...?




Será que o sonho de alguém é ser uma tampinha?  - tudo bem , tem gente que prefere ser assim, outros já nascem,  mas isso não é um sonho muito normal...

Será que alguém se acha metade de uma laranja e precisa ser uma laranja inteira?- eu nunca conheci alguém que queria ser uma laranja...já conheci bananas que nem se davam conta que eram, enfim, outro papo.



Pior que ser a tampa certa de uma panela, deve ser  encontrar a outra metade da laranja. Deve ser horrível encontrar a laranja gêmea, porque  isso vaga na ideia de  amar uma pessoa só porque ela é parecida demais com você e por isso deu certo.  

E isso é uma furada, ninguém ama suficientemente uma pessoa, só porque ela gosta das mesmas músicas, ou livros que a outra também. Muitas vezes, amor é dar exatamente o que não se tem, já dizia Lacan. 


Encontrar a metade da laranja  parece viver sempre na mesmice, não descobrir sabores diferentes, olhar pra cara da pessoa que você ama todo dia de manhã e  fazer o mesmo suco no espremedor e quando as laranjas estiverem meio maduras e se percebe que elas não eram tão iguais? Acabou. Saco do lixo? Simples assim?


Amor não é metade certa, é a mistura incerta.  É  saber que dentro desse incerto há riscos, de ser bom, de ser ruim,  de trocas, de afinidades,  mudanças,  atitudes; de ser interessante, talvez desastroso, mas é assim que a vida conspira. Viver é correr na incerteza, é correr riscos que nem sabemos quais são. 

Logo,  se na atualidade, eu pudesse dizer algo  para o ser que inventou tais ditos passados,  meu recado seria:

 - Doido(a), não compare algumas coisas da vida a um fastfood. Amor não combina com tampas na cozinha, tampouco com certeza.




K.C






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Confira a nova entrevista de Kelly Christi  para a Revista Conexão Literatura aqui 

7 ondas que ela conta







Que ano! E como navegamos rápido nele! 


Para mim e uma parte, um ano de mudanças maravilhosas, nem sempre à la Acapulco ou à la Caribe, mas que muito acrescentaram. 


Para outros, o ano foi um verdadeiro teste de sobrevivência como Náufrago. 


Para o país, uma versão trash e piorada do Navio Fantasma... 








Mas independente de qual tenha sido o longa metragem deste ano,  por algum motivo sobrevivemos e estamos prestes a roteirizar as 7 ondas outra vez. Elas são capazes de filmar ângulos que, às vezes, a gente nem se da conta ou ninguém conta. 


Se eu pudesse escrever sobre elas , o meu script sairia mais ou menos assim: 

1. Não planeje demasiadamente as coisas, apenas se envolva, faça e deixe que elas fluam... 

2. Gastos com coisas te endividam, com livros te lapidam, com viagens te transformam, com experiências te enriquecem. 

3. O que as pessoas pensam sobre sua personalidade sempre será um problema frequente, mas delas e não seu.

4. Expectativas, por mais inevitáveis que sejam, serão sempre suas, então não as leve tão a sério. 

5. Não procure o Nemo se não valer a pena, deixe que Iemanjá se encarregue.

6. Incorpore a esquecida Dori com pessoas levianas, malas e pedantes até que elas se cansem.

7. Saiba a hora de dar tchau aos ciclos que acabam e dizer bem vindo aqueles que vierem.



Tal como as ondas do mar, as coisas acontecem e desacontecem o tempo inteiro , o que precisamos mesmo é encontrar um jeito de nadar pra poder cuidar de si, se a ressaca bater, e curtir a maré, quando ela vier.




Feliz 2018!






K.C






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Um insight sobre o tempo







Os olhos arregalaram. Sim, meus olhos espantaram ao olhar pro calendário e perceber o quanto este ano está passando rápido e eu nem percebi!

Já é novembro, como assim?! Ai bateu uma pressa, de repente. Pressa de terminar prazos, pressa de viver, concretizar coisas que passaram na cabeça...mas também olhei pro tanto de coisas que já rolaram e eu também não me dei conta. 

A gente acaba muito olhando pro tempo cronológico das coisas e esquece que o tempo já é, não é preciso se apressar porque neste exato momento ele já está sendo, independente de nós. O que muda são as escolhas diante dele. Acredito que seja mais ou menos como aquela frase do Saramago "não tenhamos pressa, mas não percamos tempo." . Faz sentido... - mas nem sempre funciona em tempos líquidos.




K.C



via Instagram @kelly_christi





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